Enquanto você lê isso, 27 mil bois estão embarcando em uma viagem de semanas para a Turquia

27 mil bois estão embarcando em um navio atracado no Porto de Santos com destino ao Oriente Médio nesse exato momento, segundo o jornal A Tribuna. Os primeiros animais começaram a entrar no navio ontem (29), vindos do interior de São Paulo — alguns chegaram a viajar quase 500 km em caminhões em que não tinham espaço para se mexer, expostos a temperaturas extremas, sem água ou alimentos.

Mas isso não é nada comparado ao longo trajeto que farão até a Turquia. Os que chegarem vivos ainda enfrentarão uma viagem até as fazendas onde serão engordados e abatidos. Nos países do Oriente Médio, não há regulação específica que exija que o abate seja feito com práticas menos dolorosas para os animais. São jovens touros que, desde cedo, estão conhecendo as cruéis e injustas práticas da indústria da carne.

Veja com seus próprios olhos:

A última vez que o Porto de Santos movimentou cargas vivas, conforme destacou o jornal, foi em 2000 — o que mostra que algo que deveria ter ficado no passado está voltando a acontecer.

Vale lembrar que, há pouco mais de dois anos, um navio com 5 mil bois vivos naufragou em Barcarena, no nordeste do Pará. O acidente mostrou a fragilidade da segurança desse tipo de operação que, para além de matar todos os animais afogados, ainda deixou um passivo ambiental e social grave para a região.

Nem mesmo ocorridos como esse foram suficientes para que as autoridades abrissem os olhos para o risco oferecido pelo transporte de cargas vivas — como se a crueldade a que os animais são submetidos em condições “normais” não fosse motivo suficiente para a proibição da atividade.

Recentemente, a ONG Animals International, apoiada pela Mercy For Animals Brasil, lançou uma investigação que mostrava exatamente as condições precárias em que esses animais viajam por semanas. Se você acha que animais não devem ser tratados como carga, assine a petição pedindo para que o governo brasileiro proíba a exportação de animais vivos.