Brasil deve aumentar em 10% a criação de peixes em cativeiro

O Brasil deve aumentar em 10% a quantidade de peixes criados em cativeiro em 2018, de acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura. Entre os estados que esperam a maior parcela das vendas estão o Paraná, Rondônia, São Paulo e Mato Grosso, respectivamente. O setor ainda espera que a União Europeia volte a comprar peixes do Brasil, o que não acontece desde janeiro, quando anunciaram a suspensão das importações por motivos sanitários.

A notícia deveria ser vista com preocupação por parte do governo e dos consumidores. Isso porque a criação de peixes em fazendas é extremamente cruel para os animais, para o meio ambiente e para a saúde de quem os consome.

Os peixes ficam em ambientes extremamente apertados, em que mal podem nadar ou se movimentar, e sujos, cheios de excrementos.

Um estudo da Royal Society Open Science revelou que peixes criados em cativeiro sofrem de depressão severa. Estudando esses peixes letárgicos, os cientistas identificaram uma quantidade altíssima de cortisol (hormônio que atua no controle do estresse), além de aumento de atividade no sistema serotoninérgico, importante regulador do sono, respiração e humor. Os resultados são semelhantes aos apresentados por humanos em situação de pobreza ou expostos a outras dificuldades socioeconômicas.

Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, fizeram uma triste descoberta sobre os salmões criados em cativeiro: 95% deles são surdos. Muita gente talvez não saiba, mas peixes — ao menos os que vivem em liberdade — são capazes de ouvir. A deficiência se deve ao crescimento acelerado dos peixes em cativeiro. Como os animais são alimentados para crescerem e serem abatidos o mais rápido possível, de forma a dar mais lucro para os produtores, a incidência da surdez é altíssima.

Assim como os animais terrestres, os peixes são seres inteligentes e sensíveis. Um artigo da Vox detalhou uma multiplicidade de habilidades de peixes, incluindo suas habilidades para “aprender um com o outro, reconhecer os outros peixes com os quais já passaram tempo, conhecer seu lugar dentro das hierarquias sociais dos peixes e lembrar mapas espaciais complexos dos arredores”. Da mesma forma, um estudo publicado na Nature Scientific Reports descobriu que os peixes cuidavam uns dos outros na busca de alimentos.

Os cientistas comprovaram também que os peixes sentem dor. Eles até comparam peixes a cães, gatos e outros animais pela maneira como eles sentem prazer.

A superlotação dos peixes no cativeiro tem outro efeito colateral grave: a rápida disseminação de doenças. Por isso, é necessário o uso de antibióticos misturados à ração, que acabam se espalhando pelo meio ambiente e também sendo consumidos por humanos, por tabela.

Infelizmente, a indústria trata os peixes como meros objetos. Em 2011, uma investigação secreta da Mercy For Animals em um abatedouro de peixes expôs os animais sendo esfolados vivos. À medida que o peixe sufocava e lutava para escapar das facas dos funcionários do local, sua pele era arrancada com alicate. Depois de uma vida terrível, os peixes ainda são submetidos a mortes dolorosas, enquanto sufocam lentamente por estarem fora de seu habitat natural.

A gente tem que mudar isso e entender os peixes como o que eles são: animais sensíveis e que querem viver. Você pode começar sua dieta vegetariana agora. Clique aqui para baixar nosso Guia Vegetariano Gratuito e aqui para ver receitas veganas deliciosas para substituir frutos do mar.