URGENTE! Exportação de animais vivos volta a ser permitida após derrubada da liminar

A liminar que ainda proibia a exportação de animais vivos pelo Brasil foi derrubada há instantes pela desembargadora Cecília Marcondes, presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Como até o momento todas as decisões tinham sido liminares, ou seja, tomadas tendo em vista a urgência da causa, a ação agora aguarda julgamento do mérito.

Marcondes justificou sua decisão alegando que a proibição geraria perda de credibilidade do mercado internacional em relação às transações comerciais com o Brasil, o que afetaria a economia do país.

É alarmante pensar que graves riscos ambientais e violações aos direitos dos animais possam ser simplesmente ignoradas em detrimento da obtenção de lucro por parte de um pequeno grupo de empresários que atua no setor do agronegócio brasileiro e tem realizado investidas conservadoras em diversas frentes, seja em questões sociais, trabalhistas ou ambientais.

É curioso notar que, segundo o jornal Valor Econômico, o ministro da Agricultura, o ruralista Blairo Maggi, esteve reunido com o presidente Michel Temer ontem (4) para tratar do assunto. A Advogada-Geral da União, Grace Mendonça, teria entrado em contato com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região para informar da urgência de suspender a liminar. Poucas horas depois, tudo começou a mudar pela Justiça, mesmo depois de diversas decisões favoráveis à proibição da exportação de animais vivos, que é uma das piores formas de sofrimento animal.

Na noite de ontem, a desembargadora Diva Malerbi autorizou que o Navio Nada seguisse viagem levando pelo menos os 25 mil animais que já estavam embarcados, justificando com o fato de que a carga não poderia ser desembarcada sem a contaminação da costa brasileira e que o procedimento representaria “risco à integridade e saúde física dos animais” e provocaria “maior sofrimento e penoso desgaste aos animais do que o prosseguimento da viagem”.

A viagem desses bois pode durar até 30 dias e causa intenso sofrimento aos animais: eles passam dias, e em alguns casos até semanas, dentro da carroceria de caminhões ou em navios, sem espaço para andar ou deitar, sem segurança, sob calor e frio intensos, envoltos em fezes e urina, sem acesso a água ou ração adequadas. Alguns chegam feridos ou até mortos ao destino.

Se a pressão dos pecuaristas está articulada, o movimento pelos direitos dos animais se mostrará ainda mais forte e resistente. A Mercy For Animals faz parte de uma coalizão que está determinada a banir essa terrível prática de uma vez por todas. Em breve divulgaremos os próximos passos dessa campanha.