Os 3 aspectos da insustentabilidade da carne

Os três maiores problemas da humanidade estão ligados ao consumo de carne.

A partir do momento em que paramos de pensar no bem estar comum, o consumo de carne se torna absolutamente insustentável. Comer um bife só se sustenta no argumento de agradar o paladar. Todos os outros argumentos são frágeis e infundados. Esse simples ato, presente na nossa cultura por milhares de anos, é ultrapassado, desnecessário e desconsidera todas as consequências éticas, ambientais e sociais.

Os três maiores problemas da humanidade estão intrinsicamente ligados ao consumo de carne. É possível amenizarmos algum deles com projetos muito bem desenvolvidos e aplicados, mas só é possível erradicarmos esses problemas através da eliminação do consumo animal. Entenda.

ÉTICO E MORAL

O Direito e as Leis foram criados com o objetivo de oferecerem uma forma sustentável de se ter uma sociedade em harmonia, livre de injustiça e baseada em princípios de respeito e não violência. O problema é que desde que as primeiras leis foram criadas, elas sempre tiveram por base os interesses dos grupos dominantes. Mesmo restringindo a questão apenas à espécie humana, os direitos sempre serviram para proteger exclusivamente os grupos que as criam, tratando de forma diferente outros grupos humanos minoritários. Hoje a sociedade vive uma gravíssima hipocrisia em que as pessoas podem ser presas se maltratarem um cãozinho, mas acham normal comerem carne e financiarem uma indústria que promove crueldades inimagináveis a bilhões de animais no mundo.

Este tema pode parecer muito confuso quando paramos para pensar pela primeira vez, mas isso apenas reflete os valores éticos que as sociedades vêm cultivando desde os tempos mais remotos da humanidade – valores baseados em interesses antropocêntricos e não em interesses altruístas. Desde sempre, o bem estar só é bem estar quando se aplica a você ou aos que você estima. Quando isso diz respeito aos outros, isso perde importância ou até legitimidade. Esse é o motivo pelo qual sempre existiram grupos opressores e grupos oprimidos. Esse é o principal motivo pelo qual há tanta injustiça, violência, desigualdade e preconceito no mundo. Esse é o motivo pelo qual a escravidão já foi aceita por lei, as mulheres já foram submissas aos homens, os judeus foram perseguidos e o grande motivo pelo qual os animais continuam sendo aprisionados, tratados de forma indigna e explorados para todos os tipos de consumo e vaidade humana.

É necessário mudarmos os princípios dos nossos valores. Valores antropocêntricos não são sustentáveis. São temporários, frágeis e não convivem com os próprios valores antropocêntricos dos outros. Mudar os princípios que regem nossos valores para princípios altruístas é necessário para o bem estar comum. Essa mudança é necessária para que a moralidade e a ética mostrem claramente que não haverá paz enquanto cultivarmos a violência.

A Declaração de Consciência de Cambridge, assinada em 2012 – na presença de Stephen Hawking – mostra que a ciência já comprova a consciência dos animais. Para o que antes era apenas um ‘’achismo de certeza absoluta’’, agora já há evidências científicas. E não podemos mais ignorar a necessidade dos direitos animais com a prerrogativa de continuarmos satisfazendo nossas supérfluas vaidades e prazeres.

Podemos mesmo imaginar que uma sociedade com valores altruístas não precisaria de leis, pois todos zelariam pelo bem estar comum e pela não violência não só para com todas as espécies, mas para com todo o planeta. Uma sociedade com valores coniventes com a violência nunca será capaz de conviver com a paz e a harmonia. Não é possível matar sem praticar a violência. Nunca será possível vivermos em harmonia enquanto continuarmos praticando a opressão e a covardia.

MEIO AMBIENTE

Um vegano economiza, por ano, quantidade de água equivalente a mais de 20 anos de banho diário, se comparado a uma pessoa com uma dieta a base de carne.
A pecuária é responsável por cerca de 30% de todo o consumo de água limpa no mundo. No Brasil, um dos maiores produtores mundiais de carne, esse número é bem maior. 

Anualmente, 7 bilhões de pessoas bebem 19 BILHÕES de litros de água e comem 9.45 BILHÕES de quilos de comida. A efeito comparativo, anualmente 1,5 bilhões de vacas bebem 170 BILHÕES de litros de água e consomem 60 BILHÕES de quilos de comida. 

Precisamos observar onde está o verdadeiro consumo de água no planeta. Quando tomamos um banho bem tomado de dez minutos, consumimos em média 180 litros de água. Quando você come 1kg de bife, você também está consumindo 15.500 litros d’água. O mesmo consumo de água do bife equivale a dois meses e meio de banhos diários.

Observe abaixo quantos litros d’água são necessários em média para produzir cada tipo de alimento:

É na agricultura que está a grande concentração de uso de água limpa do planeta. De acordo com estatísticas da FAO, ao menos 50% da produção de todos os grãos do mundo é direcionada para consumo de animais para abate. 

Dados mostram que um vegano consome em média 1.500 litros de água por dia, enquanto um onívoro consome 3.700 litros. A diferença entre eles é uma economia anual, por parte do vegano, de mais de 827.000 de litros de água – o equivalente a mais de 18 anos de banho diário.

Aquecimento global:
A indústria pecuária emite mais gases que todos os aviões, carros, navios e trens do mundo. Segundo dados da FAO de 2006, a produção animal de carne lança na atmosfera aproximadamente 6,5 BILHÕES de toneladas de CO2, cerca de 18% da emissão global de 36 BILHÕES de toneladas. Apenas a produção de energia gera mais gases de efeito estufa que a criação de animais para abate.

SOCIAL

Mais de 850 milhões de pessoas passam fome no mundo enquanto 70 BILHÕES de animais são alimentados anualmente para abate.

Um renomado sociobiólogo da Universidade de Harvard, Edward O. Wilson, baseando sua tese no cálculo de recursos disponíveis no planeta, escreveu o livro ‘’O futuro da Vida – 2002’’ no qual afirma que, mesmo com eficiência máxima dos recursos, dedicando todos os grãos para os humanos (em vez de alimentar animais), ‘’se todos deixassem de lado o consumo animal, os atuais 1.4 bilhões de hectares de terra produtivos poderiam alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas.’’

Para dimensionar melhor a gravidade do problema, nós hoje somos aproximadamente 7 bilhões de pessoas na Terra. Pelos padrões de alimentação de um brasileiro de classe média, a Terra poderia alimentar apenas 2.5 bilhões de pessoas.

A imagem abaixo nos permite visualizar a situação. Se pegássemos toda a área produtiva do planeta e dividíssemos igualmente por todas as pessoas, cada um ficaria com 2/3 de acre, seis vezes mais do que o suficiente para alimentar uma população inteira vegana, mas muitíssimo menos do que o necessário para alimentar uma população onívora. 


Podemos constatar que o consumo de carne e a submissão dos animais às vaidades do homem são absolutamente insustentáveis para uma sociedade que pretende conviver de forma no mínimo humanitária, viável a partir de recursos naturais mínimos como a água e em um ambiente de paz e não violência.

Podemos continuar sonhando em querer propor uma redução do consumo de carne visando a reduzir a fome mundial ou até mesmo inventar recursos que minimizem os danos ambientais, mas enquanto o homem continuar financiando uma indústria covarde e violenta, ele nunca poderá conviver com a paz. Enquanto não enxergarmos que é necessário mudarmos nosso padrão de valores antropocêntricos para altruístas, continuaremos nos indignando com a violência e a injustiça e continuaremos alimentando interesses egoístas e irresponsáveis, consumindo recursos de forma insustentável e corroborando para que os três maiores problemas da humanidade continuem sendo cada vez mais os três maiores problemas da humanidade.

Diante do desejo de bem estar comum, o consumo de carne se torna insustentável. Ética, ambiental e socialmente.

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