Urso polar é filmado morrendo de fome — o que temos a ver com isso?

O vídeo de um urso polar magro (assista aqui), que mal consegue andar, em suas últimas horas de vida, viralizou na internet após ser divulgado pela National Geographic. A cena é dolorosa não apenas por envolver um animal sofrendo, mas também porque, a partir dela, percebemos que o aquecimento global é real e pode comprometer definitivamente o futuro do planeta.

O registro do urso polar morrendo de fome em seu leito de morte foi feito pelo fotógrafo Paul Nicklen e os cineastas do grupo de conservação Sea Legacy quando chegaram à Ilha de Baffin, a maior do Canadá, no final do verão.

O vídeo mostra o urso polar lutando por sua vida, com ossos aparentes, sem forças nem mesmo para caminhar à procura de comida. Ele revira a lata de lixo usada por alguns pescadores, mas não encontra nada.

Nicklen, fotógrafo de vida selvagem, está acostumado a fazer imagens de ursos — mas não estava preparado para o que flagrou. “Nós ficamos ali chorando, filmando com lágrimas no rosto”, disse.

A cena devastadora tem uma causa determinante: o consumo de produtos de origem animal por humanos.

Vamos ao raciocínio: o motivo pelo qual esse urso e tantos outros estão famintos é a falta de oferta de seu principal alimento, as focas. Isso acontece por causa do aquecimento global. Não é à toa que eles são o símbolo do aquecimento global e estão ameaçados de extinção.

Por sua vez, a principal causa do aquecimento global é indubitavelmente o consumo de produtos de origem animal. Não é à toa que 15 mil cientistas preocupados com as mudanças climáticas estão pedindo para que as pessoas cortem esses produtos de seus cardápios.

Três companhias de exploração animal — JBS, Cargill e Tyson — foram responsáveis, no ano passado, por emissões de gases de efeito estufa superiores à de toda a França e quase se igualaram ao nível de algumas das maiores companhias de petróleo, como Exxon, BP e Shell. As estimativas foram calculadas usando a metodologia mais abrangente criada até o momento pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e devem ser debatidas na COP23, rodada de negociações sobre o clima, que ocorreu do dia 6 a 17 de novembro em Bonn, na Alemanha.

As 20 maiores empresas de carne e laticínios do mundo emitiram mais gases de efeito estufa em 2016 do que toda a Alemanha, de longe o maior poluidor da Europa. A pecuária é responsável por 15% do total das emissões, superando até mesmo a poluição causada pelo transporte. Se essas empresas fossem um país, elas seriam o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.

Ou seja, não é possível falar na contenção do efeito estufa sem que a gente olhe primeiro para o que nós estamos colocando em nossos pratos.

Para se ter uma ideia, a produção de um hambúrguer de carne de cerca de 200g libera na atmosfera tantos gases de estufa quanto dirigir um carro por 16 km. Uma pessoa consumindo isso pode não ser tão significativo, mas quando pensamos em escala mundial é assustador.

Além de emitir gases de efeito estufa, a pecuária colabora para outro agravante para a degradação do meio ambiente: o desmatamento. Segundo a ONU, entre 2005 e 2015, a atividade foi responsável por 80% do desmatamento da Amazônia. O Banco Mundial, por sua vez, estima que o número chegue a chocantes 91%!

Está na hora de fazermos algo pelos ursos polares e também por todos os outros animais, como vacas, porcos, galinhas e peixes, que sofrem ainda mais diretamente com a cruel indústria de exploração animal: parar de consumir produtos de origem animal é a única solução para mantermos o planeta vivo.

Isso é urgente! Você pode (e deve) começar agora. Clique aqui para baixar nosso Guia Vegetariano gratuito e saber como.